segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A Lenda de Beowulf


Confesso que fui assistir A Lenda de Beowulf com certo receito, uma vez que a mitologia nórdica é muito rica e ao mesmo tempo de fácil entendimento. Das muitas vezes que Hollywood teve argumentos desse tipo, acabou por estragar o produto final. Ainda bem que me enganei.


Beowulf consegue ser incrível do ponto de vista tecnológico e excelente em história, méritos da qualidade do texto bem amarrado de Neil Gaiman e Roger Avary, e da direção de Robert Zemeckis, que efetivamente conseguiu transportar do papel para a computação gráfica os feitos do herói, longe de se parecer com Expresso Polar.


Assistir a este filme é uma ótima experiência, técnica, épica e conceitual. Claro que a qualidade e riqueza de recursos foram gastos com os personagens principais: Beowulf (Ray Winstone), A Mãe de Grendel (Angelina Jolie) e Rei Hrotgar (Anthony Hopkins). Por quase todo filme, era praticamente impossível dize que eram construtos digitais com movimentação “capturada”. Impressiona também o fato da reconstrução digital possibilitar qualquer acrobacia dos personagens.


Como comentado em outras críticas, A Lenda de Beowulf tem outro questionamento importante: a censura. O ótimo roteiro ajudou a “abaixar” a censura do filme (o que eleva a bilheteria juvenil), mesmo com a história recheada de diálogos e sacadas eróticas. A temática sexual tão bem amarrada que não agride nem satiriza! Além do texto, o fato de ser uma animação contribuiu com a censura relativamente baixa, apesar de não ser um filme para crianças.
Por Juan Felipe